Espécies distintas podem evoluir para formas idênticas

Luna

20111021-voador.jpg
Esquilo Voador


A separação da Austrália dos outros continentes resultou que suas formas de vida seguiram seus próprios padrões evolucionários. Quase não houve mistura com espécies de fora por milhões de anos. O mais surpreendente - as mesmas espécies que viviam paralelamente na Austrália e em outras partes do mundo, durante muitas gerações, evoluíram de forma diferente.


Vamos entender a evolução paralela, como o ambiente molda as espécies e de que forma espécies distintas podem evoluir para formas idênticas. Iniciaremos com um exemplo de evolução paralela: o esquilo voador da Austrália. Ele tem incrível semelhança com o esquilo voador da Americana do Norte. Ambos vivem nas árvores e possuem abas deslizantes, uma espécie de paraquedas. Acontece que ambientes similares e pressões de populações similares levam espécies diferentes a evoluir com características similares.

Mutações no código genético ou recombinação genética pela reprodução sexual, pode mudar uma espécie de uma geração para outra, trazendo características novas ou alteradas. Se forem benéficas dando ao organismo uma chance maior de sobreviver tempo suficiente para reproduzir, elas têm mais probabilidade de serem passadas. O organismo então tornará-se muito bem adaptado para funcionar dentro do seu nicho ecológico.

Você acha que um polar conseguiria viver como um animal da savana africana? De forma alguma. Os animais se adaptaram a viver com sucesso dentro de um nicho, mas provavelmente não se adaptariam tão bem fora dele. O nicho de um urso polar está no topo da cadeia alimentar no clima frio e nevado do Ártico. Não faria sentido que uma espécie evoluísse para urso polar tendo como nicho a savana africana.

Os organismos que têm mais probabilidade de apresentar evolução paralela ou convergente são os que ocupam nichos ecológicos similares. Animais que evoluíram longe um do outro, podem ter incrível similaridade morfológica (duas espécies diferentes compartilhando várias características). A seleção natural reforçou as características que fizeram essas espécies terem sucesso dentro de seu nicho. Algumas características são tão vantajosas que estão presentes em grande quantidade de organismos, espalhados em vários nichos. Por exemplo: todos os carnívoros, independente de onde vivam, desenvolveram dentes afiados.

Outra coisa magnífica é que uma determinada espécie pode conter o potencial para muitas estruturas complexas que não estão realmente expressas em sue organismo - o processo genético subjacente servirá para ativar a porção do DNA necessária para expressar uma nova característica. Para melhor entendimento do papel genético na evolução paralela, tomemos as águas-vivas, elas possuem estrutura física radial. Mas guardam no código genético um marcador para estrutura física bilateral. São ferramentas genéticas disponíveis para criar maior complexidade, caso haja necessidade. À medida que os organismos evoluem, espécies separadas podem desenvolver características similares porque o potencial para aquelas características estava lá desde o início.

20111021-tigre-tasmania.jpg
Tigre-da-Tasmânia (Thylacinus cynocephalus)


Lembrando que quando duas espécies sem nenhuma relação desenvolvem similaridade morfológica, isso se chama evolução convergente. Temos aqui o Tilacino, o extinto tigre-da-Tasmânia, ele é um bom exemplo de evolução convergente. Um animal que ocupou o mesmo nicho ecológico que os predadores caninos em outras partes do mundo. Apesar de não terem quase nenhuma relação evolutiva, os tigres-da-Tasmânia e os lobos cinzentos têm morfologia muito similar.

Agora sabemos que duas espécies relacionadas, mas separadas uma da outra, que evoluem em lugares e circunstâncias diferentes, mesmo assim, podem desenvolver características iguais. Por fim, abra sua janela. Provavelmente você pode ver um exemplo de evolução convergente aí fora, não é? Há milhares de espécies de plantas, muitas delas sem parentesco umas com as outras. Em todo mundo, elas desenvolveram folhas muito parecidas. Os casos de evolução divergente das folhas, como as agulhas do pinho, por exemplo, torna ainda mais fascinante a evolução das espécies.

Via | ComoTudoFunciona.


Notícias relacionadas:

 

Comentários

as vezes fico imaginando se nós iremos sofrer algum tipo de mudança com o passar do tempo, acho que a evolução não parou por aqui. Analizando a maneira que vivemos, quais seriam as possíveis mudanças que ocorreriam conosco ? Pq a diferença entre povos ? Chineses, japoneses possuem olhos puxados, os africanos naris largo, na Islândia 80% da população tem olhos verdes ... não é só um fator genético, algo aconteceu para termos essa divisão.

Deixe um comentário sobre o artigo











Comentários devem ser aprovados antes de serem publicados. Obrigado!