Triplicar a produção agrícola sem a derrubada de uma única árvore
Os investimentos em tecnologia intensiva e pesquisas estão entre os principais fatores que proporcionaram um enorme avanço na produtividade agrícola do Brasil. Mostrando que a ampliação de áreas agrícolas por meio da derrubada de matas está ficando cada vez menos necessária para o agronegócio brasileiro. A realidade mostra que há algum tempo o setor tem capacidade de superar o rigor da preservação ambiental previsto no atual e no novo Código Florestal com a elevação da produtividade, que já supera 150% em algumas lavouras.
O potencial de aumento na produção agrícola brasileira é grande e não depende do desmatamento. Temos à disposição cerca de 120 milhões de hectares de áreas degradadas, que hoje não produzem nada, mas com adequada correção de solo, podem ser plenamente recuperadas e transformadas em novas fronteiras para produção de alimentos. Hoje não existe mais terra fraca ou imprópria: existe a falta de cuidados, sem o adubo necessário, a correção de solo.
Dos 851 milhões de hectares do país, 133 milhões são de reservas. Consideradas as terras indígenas, reservas legais e as áreas de preservação permanentes (APP), cerca de 60% do território brasileiro não podem ser utilizados para atividades econômicas. Sobram ainda 340 milhões de hectares e somente 7% (cerca de 24 milhões de hectares) são ocupados com grãos e outras culturas. O restante são pastos em produção ou degradados. Em vez de derrubarmos novas florestas, podemos tratar essas terras abandonadas que não são aproveitadas pela agricultura porque perderam a produtividade. Dá para aumentar a maior fonte de riqueza do Brasil, sem comprometer nossas reservas. O caminho é investir na pesquisa e no desenvolvimento tecnológico.
Para o diretor-geral da Syngenta no Brasil, Laércio Giampani, nosso país possui uma grande capacidade de expandir sua produtividade, e o agricultor já começa a perceber as vantagens de investir em tecnologias. É muito mais vantajoso produzir mais em uma mesma área do que expandir. Tecnicamente falando temos o poder de fazer as duas coisas, nós conseguimos aumentar nossas áreas de produção de forma equilibrada, pois temos áreas para isso.
Não há como dissociar o agronegócio da preservação ambiental. O meio ambiente é o instrumento de trabalho do produtor. Os problemas climáticos e a degradação do meio ambiente resultam em consequências concretas para a atividade no campo. O grande salto em relação à produtividade virá da adoção de novas tecnologias, e não desmatando e aumento de áreas.
Ambientalistas e produtores rurais ainda estão longe de um acordo a respeito do tamanho da reserva legal - e sobre a recomposição das terras degradadas pelo manejo incorreto. Um dos argumentos dos ruralistas é que as propostas de ambientalistas ao novo Código, podem tornar inviável a prática da agricultura brasileira. Uma ideia totalmente descabida. A tecnologia agrícola chegou a um nível muito alto. De todos os recursos naturais, terra e água são os mais importantes e escassos. É totalmente possível triplicar a produção de grãos sem derrubar uma árvore sequer, em qualquer bioma.
Via | Portal Desmatamento.
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