Alface para acelerar o diagnóstico de dengue
São necessárias cerca de 72 horas para diagnosticar a dengue, e o processo para identificar o possível local de contágio demora cerca de uma semana. Cientistas da Universidade de Brasília e da Embrapa estão testando uma tecnologia que permite detectar em menos de 24 horas se uma pessoa está – ou esteve – contaminada por dengue. O segredo está nas folhas de alface geneticamente modificada.
O teste em desenvolvimento é feito a partir da manipulação genética de alfaces para fabricação de fragmentos do vírus causador da doença. As partículas do vírus são inoculadas na planta. Após divisões celulares na planta, deve-se extrair o material e juntá-lo ao soro do sangue da pessoa a ser examinada. Se o vírus estiver presente, a proteína vai capturá-lo.
Os cientistas obtêm um material que, combinado ao sangue, revela se a pessoa contraiu a doença. Alfaces serão usadas para montar o primeiro kit nacional de diagnóstico da dengue. E dispensa cobaia animal. Serão necessários mais seis meses para considerar satisfatória a quantidade de soros sanguíneos examinados para validar a pesquisa. E, cinco anos para que a técnica também permita identificar com qual dos quatro sorotipos da doença a pessoa foi infectada.
Uma preocupação dos cientistas é testar os efeitos da ingestão de alface modificada. Provavelmente a pessoa vai ficar protegida contra a doença ou, havendo excesso de agente vacinal, ficar imune à vacina que existe. Mas não tem risco de pegar dengue comendo essa alface. A ideia de uma vacina comestível é bem interessante. Porém, é complicado controlar a variação da quantidade de agentes vacinais de uma planta para outra, o que pode inviabilizar o desenvolvimento desta forma de imunização. Depende da forma como a planta é cultivada, depende do clima. Mesmo em condições controladas pode haver variações e tem mudanças também ao longo da vida da planta. Para desenvolver uma vacina tem que ter um controle muito bom da quantidade do agente vacinal, dizem os cientistas.
Via | G1.
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