A purificação dos humores
Doentes mentais eram tratados no sul da Itália com banhos, vomitórios, jejum e castigos para "purificar o humor".
"A finalidade primária é naturalmente curativa (...) a disciplina, as ameaças e pancadas são necessárias tanto quanto o tratamento médico (...) na verdade, nada é mais necessário e eficaz para a cura dessa gente que forçá-la a respeitar e temer a intimidação. Com este método, a mente, mantida a freio, é induzida a renunciar à sua arrogância e logo se torna mansa e organizada. É por isso que os maníacos curam-se com maior rapidez se são tratados com a tortura e a detenção em cela mais do que com os medicamentos." (Willis, Opera omnia, Lyon, 1681).
A Real Casa dos Loucos, surgiu como o primeiro hospital especial para o tratamento médico de doentes mentais no sul da Itália. Além das pancadas, ameaças e censuras, outro tratamento que, por sua divulgada eficácia, deu certo renome à instituição, consistia, basicamente, em impor os loucos uma alimentação tão reduzida e rígida que se tornavam como esqueletos.
A purificação dos humores e a troca do sangue doentio era o objetivo médico predominante e explícito, desse tratamento cruel. Mas, na verdade, a "eficácia" se devia a outras conseqüências: graças à exaustão física, esses "quase esqueletos" ficavam incapacitados para quaisquer ações violentas e, assim, "dóceis" às rígidas imposições da instituição.
A exaustão também funcionava como um tratamento de choque emocional antidelírio: os pacientes enfrentavam, além do sofrimento físico e da sensação de impotência, a impressão angustiante da morte iminente, que poderia despertar neles algum instinto de defesa, capaz de ligá-los, de novo, à vida real.
Via | Viver Mente.
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Comentários
Todo esse tratamento,creio eu,não dava tempo aos pacientes para raciocinar ou sentir algo.Era constante e terrivel.
Não havia cura,afinal,como diz um alguém ai que não lembro o nome: Quem ama,cuida!
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