A natureza pode ser benéfica a nossa inteligência
Toda a tarde quando cruzo a avenida Beira Rio de volta para casa imagino a besteira que supõe aquele grupo de pessoas correndo e fazendo exercícios ao lado de um rio totalmente poluído e malcheiroso, em meio a todo o caos da poluição ambiental e sonora causada pelo movimento de vai e vem de milhares de carros. Só isso já me deixa cansado e sem vontade alguma de praticar algum tipo de exercício. Prefiro mil vezes buscar um lugar calmo em meio a natureza onde o exercício físico seja complementado com um exercício de concentração.
Uma série de recentes estudos, como o publicado no final de 2008 pela revista Psychological Science por uma equipe de pesquisadores da Universidade do Michigan, sugere algo muito parecido: passar um tempo em um meio rural tranquilo, próximos à natureza, faz com que as pessoas melhorem seu grau de atenção, sua memória e sua cognição.
Um cérebro mais relaxado, que não está a mercê de contínuos bombardeios de estímulos externos, funciona melhor. A sobrecarga de informação que sofremos nas grandes cidades funde nossos miolos.
Um estudo dirigido pelo psicólogo Marc Berman, recrutaram dezenas de voluntários que foram submetidos a testes previamente desenhados para medir a capacidade de sua memória de trabalho e sua capacidade para exercer controle sobre sua atenção.
A metade das pessoas passou aproximadamente uma hora caminhando por um parque arborizado e isolado da região urbana; a outra metade passou o mesmo tempo passeando pelas ruas do centro barulhento de uma metrópole. Ambos os grupos fizeram o teste uma segunda vez então. Os que tinham caminhado pelo parque, segundo descobriram os pesquisadores, demonstraram um rendimento significativamente melhor nas provas cognitivas, o que indica um aumento substancial de sua atenção. Caminhar pela cidade, ao contrário, não conduziu a nenhuma melhoria nos resultados do teste.
O poder de um meio para o qual fomos evolutivamente adaptados, como é o caso da natureza, também pode ser apreciado inclusive se nos limitamos a contemplar fotografias de tranquilas cenas rurais, como posteriormente foi observado em outra experiência similar.
Em síntese, as interações simples e breves com a natureza podem produzir um elevado aumento do controle cognitivo. Dedicar um tempo ao mundo natural parece ser de vital importância tanto pra nossa salubridade física quanto para o perfeito funcionamento cognitivo.
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