Obama impulsiona sistema de identificação como método de acesso à rede

LuisaoCS

Vocês já devem ter ouvido falar de alguns dos planos que os Estados Unidos têm para a rede este ano. Sob o nome de National Strategy for Trusted Identities in Cyberspace, os EUA, com Obama como garoto propaganda, difundem um projeto que poderia ser aprovado neste mesmo ano e entrar em atividade no início do próximo. Um sistema de identificação para acessar a Internet com o qual solucionariam muitos problemas de segurança na rede, claro que surgiriam outros talvez mais graves, para começar, o direito à privacidade da cada cidadão.

O programa foi uma ideia lançada no ano passado, uma solução aos roubos de identidades on-line mediante o qual cada cidadão deveria ter um sistema de identificação próprio que ao mesmo tempo possibilitaria ao governo uma identidade de cada um deles.


Criado pela NIST sob supervisão do Departamento do Governo dos Estados Unidos, este ecossistema supõe-se que protegerá a informação de cada cidadão na rede. Um método que não precisaria de senhas, senão de um suporte físico individual, uma espécie de cartão inteligente (poderia ser também um dispositivo físico pequeno via smartphone) que permitiria acessar uma grande quantidade de dados pessoais.

Neste momento já existem várias empresas na criação de dispositivos que poderiam se converter em padrão da identificação. Siemens desenvolveu um híbrido de cartão inteligente com capacidade para reconhecer impressões digitais, método que seria aceito para aprovar as transações on-line.

O programa tem bastantes semelhanças em sua forma com o projeto lançado pela China há alguns anos. Um sistema de identificação para todos os blogueiros do país que permite controlar o que se escreve na rede e quem escreve. Desde a Casa Branca, o presidente Obama falou assim do projeto:

"Com transações on-line mais confiáveis e com uma melhor proteção da privacidade, evitaremos custosos delitos, renovaremos a confiança das empresas e dos consumidores, e impulsionaremos o crescimento e a inovação. É por isso que esta iniciativa é tão importante para nossa economia. O consumidor pode usar sua credencial para entrar em qualquer lugar site, com maior segurança do que aquelas fornecidas pelas senhas de acesso. Os consumidores podem usar sua credencial para provar sua identidade quando estejam realizando transações sensíveis, como as bancárias, e podem se manter anônimos quando estiverem apenas navegando. A Internet trouxe novos desafios, como as fraudes on-line e o roubo de identidades, que causam danos aos consumidores e custam milhares de milhões de dólares a cada ano."

Os Estados Unidos vende o programa reforçando que não existirá centralização nem registros ou acompanhamento dos cidadãos, mas resulta difícil acreditar que na Internet atual, os governos deixem escapar uma oportunidade tão boa de escarafuçar a vida de seus cidadãos quando bem entenderem. A WikiLeaks é um claro exemplo da origem e reforço pelo uso de uma tecnologia assim. Uma maneira de salvaguardar o que é dito na rede, ao mesmo tempo que um sistema que permitiria obter dados pessoais se fosse necessário.

Se aprovado, o NSTIC seria voluntário, mas não seria absurdo pensar que ISPs e grandes companhias tecnológicas se voluntariassem rapidamente para o serviço, um movimento que praticamente obrigaria os usuários a ter um registro nesta base de dados. Ademais, entre os termos da proposta existe um epígrafe que faz alusão à possibilidade de que o presidente ordene a "voluntariedade" do projeto no caso de uma situação de violação de segurança no sistema do país.

Via | Prison Planet.


 

Comentários

"Para que ninguém possa comprar ou vender, senão aquele que tiver o sinal, ou o nome da besta, ou o número do seu nome". Apocalipse 13:17

É questão de tempo. Sempre achei que isso fosse acontecer.
Anonimato? Dias contados.

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