Será que existe a premonição?

LuisaoCS

Será que existe a premonição?

Basta ligar o rádio ou a TV a altas horas da madrugada para localizar algum programa sobre esoterismo ou religião. Não demoraremos em ouvir uma chamada que, com todas suas variantes, dirá algo parecido a isto:

- "Ontem à noite sonhei que alguém da família ia morrer e, hoje, descobri que fulano moorreu". Obviamente, o apresentador do programa explicará este acontecimento como extraordinário, sobrenatural, maravilhoso, uma clamorosa demonstração de que há pessoas com uma sensibilidade especial, capaz de usar mais do mítico 10% de nosso cérebro. Mas é lógico pensar que estamos ante um caso de premonição? Considerações depois do sobrenaural salto.


Para saber se estes fatos são extraordinários porque nossa mente está mal desenhada ou não, a primeiro coisa que há de fazer é esquecer de interpretações pessoais, subjetivas e místicas. Primeiramente devemos calcular a probabilidade existente de que uma pessoa faleça logo depois que sonhamos ou pensamos nela.

Para calcular, comecemos com estimativas bem, mas bem mesmo, modestas para dar maior credibilidade ao resultado:

Suposição 1: conhecemos ("conhecer" em sentido amplo, como um indivíduo qualquer conhece o presidente da República, por exemplo) apenas dez pessoas de cujo falecimento nos inteiramos durante o ano.

Suposição 2: pensamos somente uma vez em cada uma destas pessoas no mesmo período de um ano. Vamos considerar então o exato instante do ano no qual pensamos em uma determinada pessoa entre as dez. Sabendo que um ano tem 105.120 intervalos de cinco minutos, quantas possibilidades temos de nos inteirar de seu falecimento na pequena lacuna de cinco minutos em que se situa o pensamento que tivemos?

Aparentemente, o cálculos parecerá indicar que foi muita casualidade que pensássemos na pessoa que faleceu. Mas isso é porque esquecemos que outras 9 pessoas que faleceram nesse ano. Para cada uma delas, devemos somar o conjunto destas dez probabilidades. Isto é, que a probabilidade do acontecimento é de 1 para 10.512. Sim, ainda parece uma probabilidade muito improvável. Mas novamente isso acontece porque esquecemos de outra coisa: que no mundo há muita gente que também pode ter estes pensamentos.

O que significa que, no conjunto da população brasileira, sem contar as crianças (11%), existe um número de pessoas que passará pelo mesmo durante o ano, ao todo: 1 / 10.512 multiplicado por 169,1 milhões, ou seja 16.086 pessoas!

Isto é, a simples casualidade proporciona suficientes casos de pessoas que tenham sofrido supostas premonições para dar de comer a todos os programas de religião e de esoterismo do rádio e da TV e ainda sobra gente para contar história.


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Comentários

Quando é que esta gente vai aprender que argumentar contra a pessoa só evidencia a sua impostura intelectual e vontade angustiante de expressar uma autoridade que elas definitivamente não têm? Quando enfim vão perceber que desancar e insultar um homem e não as suas ideias só suscita uma latente arrogância? Seria cômico se não fosse ridículo levar em conta argumentos que conseguem misturar, sem nenhum critério, a premonição própria de charlatães vagabundos com Estatística.

Também virou modinha entre os pseudo-cientistas, apóstolos do esoterismo e criadores de elfos-, criticar publicações como a Superinteressante, Galileu e NatGeo entre outras, exatamente porque são detratoras de farsantes, que misturam fatos científicos com enredos grotescos -parecem escritos por Paulo Coelho-. Sobre a primeira é necessário ressaltar que sua superficialidade editorial tem um importante papel no país: ensinar curiosidades científicas para pessoas que não sabem nada de Ciência, despertando assim seu interesse por ela. De modo que criticas nesse sentido podem até proceder, mas são totalmente avessas à divulgação científica.

O seu texto é típico do brasileiro: gosta de acreditar que entende de tudo. Uma referência para que você - se quiser, obviamente - estude sobre premunição (sim, escreve-se com "u", pois deriva do termo "premunir") são as pesquisas de William McDougall e Joseph Banks Rhine, professores da Universidade de Duke, na Carolina do Norte, e que utilizam o método estatístico nas investigações.

Mas eu tenho quase certeza de que você, como bom ignorante que é, preferirá fazer, da sua falta de conhecimento, o maior escudo para defender o seu direito de opinar sobre assuntos que não conhece, sobre os quais nunca pesquisou e cuja cultura resulta da leitura de Superinteressante e afins...

Claro que existe premonição!!!
outro dia fui ao estande praticar tiro, e como sempre levo uma premonição para atirar antes da monição principal.
Então premonição existe sim!!!

Boa explicação. Mas ela não serve de muita coisa, já que é de se esperar que uma pessoa que acredita em premonição não entenda muito bem essa matemática toda.

Eu queria poder sonhar com os numeros que ia sair na mega sena pra jogar e ganhar, ai sim eu iria acreditar em premonicao.......isso nunca vai acontecer

Eu sou sensitiva, já fui muito mais na infância, alias, eu fui uma criança estranhíssima, pássaros pousavam na minha janela para me dar mensagens, mas eu não entendia o significado de 99,9% delas.

Mas já ocorreu algo estranho comigo - do nada, senti desejo de ligar para uma amiga, algo me disse que a mãe dela havia falecido, tinha muito tempo que eu não me comunicava com essa minha amiga, eu nem sequer lembrava dela, eu liguei no mesmo instante e perguntei se estava tudo bem, e me deu um frio na espinha quando ela respondeu que não, pois a mãe dela havia falecido há uns dias.

Eu adoraria ter poderes que a parapsicologia não explicam. Não, melhor não.

Eu não entendi.

Não sei dizer, vendo pelo aspecto que foi posto, se é premonição, chutometro, ou o "diabo" que seja.
Mas até um determinado ponto, sou obrigado a admitir que acredito na possibilidade de antever determinadas situações que não seriam lá muito, como digo, lógicas. Nada a ver com prever mortes, acidentes, tragédias. Muito menos resultados de jogos (quem dera!). Mas creio sim. Dificil explicar bem como.

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