Em 1976 as sondas Viking da NASA tomaram mostras do solo de Marte em busca de sinais de carbono orgânico. Até agora, as provas enviadas desde Marte pelos dois veículos Viking em 1976 e 1977 não foram concludentes. De fato, o primeiro comunicado de imprensa da NASA a respeito das provas Viking anunciou que os resultados foram positivos. O experimento "Labeled Release" tinha dado resultados positivos. Mas após longos debates nos quais participou o ilustre Carl Sagan, a NASA mudou de posição, principalmente devido a que outro experimento não detectou compostos orgânicos no solo do planeta vermelho.

Até este dia, Gilbert Levin, o responsável principal pelo experimento LR, acha que as provas realizadas há mais de 30 anos atrás indicavam vida. Quando as mesmas duas experiências foram realizadas em território da Antártida, obtiveram os mesmos resultados contraditórios (LR - positivo; Orgânicos - negativo) no entanto, sabe-se que o solo e o gelo da Antártida contêm vida. A prova para a existência de matéria orgânica foi negativa, porque é muito menos sensível que o experimento LR. O mesmo problema poderia ter causado com que o teste de produtos orgânicos dessem um falso negativo.

Uma reinterpretação dos resultados sugere agora que as amostras das sondas do programa Viking continham compostos orgânicos, mas os resultados não foram compreendidos pelos fortes efeitos de oxidação de perclorato, um sal que agora se sabe que pode ser encontrado no solo marciano. No caso das sondas Viking, o solo de Marte esquentou-se o suficiente para vaporizar as moléculas orgânicas no solo. Os gases e vapores resultantes foram então analisados por cromatografia de gás/massa.

Hidrocarbonetos clorados foram encontrados nos locais de aterrissagem da Viking 1 e 2, mas foram descartados no momento como "contaminantes terrestres". Depois, em 2008, a sonda Phoenix descobriu o perclorato no solo ártico marciano. Os percloratos são bem conhecidos como poderosos compostos oxidantes que queimam a matéria orgânica, mas não suspeitaram sua presença no solo marciano na década de 1970.

Depois que souberam que o solo de Marte contêm percloratos, os cientistas da Cidade Universitária na Cidade de México, e a Divisão de Ciências do Espaço da NASA em Moffett Field, Califórnia, decidiram colocar a prova os solos do deserto de Atacama no Chile, que é considerado o lugar mais parecido na Terra ao que é a superfície marciana.

A pesquisa, publicada no Journal of Geophysical Research, descobriu que quando as amostras de solo que contêm carbono orgânico se misturam com perclorato de magnésio e são aquecidas a seguir, resultam no mesmo tipo de hidrocarbonetos clorados queimados, tal e qual foram detectados em Marte pelas sondas Viking e descartados naquele tempo como "contaminantes terrestres".

A reinterpretação dos resultados do programa Viking à luz das novas descobertas sugerem que as amostras do lugar da aterrissagem da Viking 1 tinham um conteúdo de 1.5 a 6.5 ppm de carbono orgânico, enquanto as amostras do lugar de aterrissagem da Viking 2 continham de 0.7 a 2.6 ppm de carbono orgânico.

- "A presença de material orgânico não indica prova da existência de vida ou que já tenha existido vida no passado em Marte, só é uma prova da presença de compostos orgânicos", se apressou em assinalar Christopher McKay, um cientista planetário da NASA. Não obstante, a NASA está planejando uma nova missão ao planeta vermelho em novembro de 2011, para ter outro olhar mais de perto destes compostos orgânicos e de outras substâncias químicas em Marte, em um esforço para compreender melhor a composição química do solo de Marte.

Via | Discovery News.

se o que estamos procurando em marte não estar la sim em outro planets

Por: paulocardoso 06 Jun, 2013 - 14:55:28