Duas espécies de elefantes convivem na África
Isto é para ver que apesar dos nossos avanços em ciência e tecnologia temos muito ainda que aprender. Após sequenciar o genoma de paquidermes africanos, cientistas da Escola de Medicina de Harvard, da Universidade de Illinois, e da Universidade de York demonstraram que o elefante africano da savana e o da floresta -menor- não são a mesma espécie, senão que são bem diferentes. Para chegar a estas conclusões, os pesquisadores compararam pela primeira vez o elefante asiático, o elefante africano da floresta, o elefante africano de savana, o extinto mamute lanoso e o extinto mastodonte americano, segundo publicou a revista PLoS Biology.
- "Em termos de experimentação, enfrentamo-nos um desafio importante ao extrair sequências de DNA de dois fósseis (os mamutes e os mastodontes) e alinhá-las com o DNA de elefantes modernos ao longo de centenas de seções do genoma", declara Nadin Rohland, autora principal e pesquisadora do Departamento de Genética da Escola de Medicina de Harvard.
Os pesquisadores contaram com o DNA de um único elefante de cada espécie. No entanto, recompilaram dados suficientes da cada genoma para coletar milhões de anos de evolução até o momento no qual ambas as espécies de elefantes se separaram pela primeira vez. Os resultados mostram que a divergência das duas espécies se produziu em um momento próximo à divergência do elefante asiático e os mamutes lanosos.
- "A separação entre o elefante africano da savana e o elefante africano da floresta é quase tão antiga como a separação entre os humanos e os chimpanzés", explica Michi Hofreiter, pesquisador no Departamento de Biologia da Universidade de York, especializado no estudo do DNA antigo.
O elefante da savana tem uma altura média de uns 3,5 metros enquanto a altura média do elefante da floresta é de 2,5 metros. O elefante da savana pesa entre seis e sete toneladas, praticamente o dobro que o elefante de bosque. As análises de DNA revelaram uma ampla gama de diversidade genética em cada uma das espécies. O elefante da savana e o mamute lanoso têm uma diversidade genética muito baixa, os elefantes asiáticos têm uma diversidade média, e os elefantes da floresta uma diversidade muito alta. Os pesquisadores pensam que isto se deve à variação dos níveis de competição reprodutiva entre os machos.
- "Agora temos que tratar os elefantes da floresta e os da savana como dois animais diferentes a efeitos de conservação, porque desde 1950, todos os elefantes africanos foram conservados como uma só espécie", afirma Alfred Rocha, professor anexo do Departamento de Ciências Animais da Universidade de Illinois.
- "Como os elefantes da floresta e os do savana são dois animais muito diferentes, o elefante da floresta deveria converter-se em uma prioridade maior em relação a conservação da espécie", acrescenta.
Via | Jornal da Ciência.
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