A coisa mais bacana que vejo na ciência evolutiva é o aprendizado construído na base da observação da vida animal, exatamente como fez Darwin. Incrível mesmo é que 200 anos depois de seu nascimento, manter um olhar mais crítico sobre as coisas da natureza ainda pode nos surpreender.

Vejam o caso deste estudo liderado por Sarah Hodge, da Universidade de Exeter que foi publicado na edição de agosto da revista científica Biology letters: no acompanhamento de uma colônia de mangustos com 10 fêmeas, descobriram que todas dão ao luz no mesmo dia, quatro vezes ao ano.

Alguém pode até sugerir que estes herpestídeos desejam economizar celebrando em uníssono os aniversários de seus filhotes compartilhando as despesas da festa. Mas não é isso, o motivo real é que dessa forma as fêmeas adultas eliminam a concorrência que existiria com os filhotes de outras mães assim que têm a oportunidade.

O trabalho de Hodge e seus colegas especifica que os filhotes que nascem um ou dois dias antes que os demais, têm 30% a mais de probabilidades de morrer prematuramente que aqueles das ninhadas que nascem em conjunto.

Quando as mães dão a luz ao mesmo tempo, também saem para caçar ao mesmo tempo, o qual torna suas tocas um lugar mais seguro para os jovens mangustos.

Ademais, os que nascem um ou dois dias depois, também não se dão muito bem, já que têm menos tempo para crescer e portanto são mais vulneráveis quando devem abandonar a guarda da mãe.

Os cientistas especulam que esta classe de acontecimento, provavelmente também tenha acontecido nas primitivas sociedades humanas, possibilitando assim a explicação de por que as mulheres sincronizam com frequência a menstruação quando passam muito tempo juntas.

Via | Science.

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