Quem disse que a Web morreu?
Há artigos que simplesmente passam à história e a revista Wired se caracteriza por ter uma coleção delas. Porém dias atrás a blogosfera tecnológica em peso fez eco de uma matéria da revista intitulado "A web morreu, longa vida a internet" que tratava sobre uma profunda mudança de paradigma vaticinando por um lado a substituição do browser por aplicativos e por outro a adoção de dispositivos móveis em detrimento de notebooks e desktop. Eu até pensei em traduzi-lo para postar no NDig, mas ao final do artigo senti um "forte cheiro" de tentativa de criar tendências, expediente muito utilizado por estas famosas revistas estadunidenses.
Blogs como Mashable, Engadget, etc, aproveitam sua popularidade para publicar posts com reviews de gadgets que parecem editados por Geeks apaixonados quando na verdade são publicidades milionárias. E a coisa funciona, pois geeks de blogs e sites do mundo todo saem replicando o artigo como se tratasse de uma opinião pessoal, não é, nunca é. Vazamentos de celulares antes do lançamento pelo mundo são estratégias de publicidade, é tudo combinado...
Bem, voltando ao assunto anterior. Alguns fatos que jogam por terra todos os "postulados" de Chris Anderson são as profundas mudanças recentes embasadas nos navegadores ao invés de aplicativos, o Twitter jogou todas suas fichas no padrão navegador, do mesmo modo que Google está fazendo com um sistema operacional construído completamente sobre um web site. Claro que o novo Twitter poderá não ser o fim de aplicações como TweetDeck ou Seesmic, mas é uma completa afirmação do valor e a importância do navegador.
Mas é muito mais simples descobrir as reais intenções de Anderson: se você clicou no link do artigo da revista deve ter notado a publicidade indicando que o aplicativo da Wired está presente no iPad e ao mesmo custo que a revista impressa -mesmo sem ter os custos de impressão e distribuição- e apesar de que a versão on-line também, de maneira bem pobre e porca, oferece o mesmo conteúdo de forma gratuita. Entenderam?
Se o modelo de web que conhecemos hoje em dia muda para o padrão de aplicativos a Wired terá como cobrar por seu conteúdo, de forma que antes de ser um prognóstico, é um desejo do editor da Wired que dá uma opinião pessoal para criar tendência e distorcer a visão da realidade em benefício próprio.
Há de se tomar muito cuidado e ter responsabilidade à hora de replicar notícias internacionais sem ao menos entender sobre qual e o motivo do contexto pelo qual foram publicadas.
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